29 abril, 2006

Fora de tempo

Embora não seja nem de longe a opinião de muita gente (para não dizer da maior parte das pessoas), a minha ideia do 25 de Abril é esta!. Na madrugada de 25 de Abril de 1974, tinha eu 6 anitos, acordei com muito barulho na rua. Quando cheguei à janela vi muita gente jovem de vassoura em punho que varria as ruas desenfriadamente. Confesso que ainda hoje não percebo o significado de tal acto, mas seria essa a ideia de liberdade para eles?? Ideia errada a (meu ver). Início de liberdade (urgentemente necessária) que tendo sido aproveitada convenientemente estaríamos numa situação bem diferente (para melhor!!). Mas o entendimento para liberdade foi: "libertinagem" e deu no que deu... Resta-nos esperar por dias melhores... (Clicando no recorte de jornal ele aumenta e a imagem pode ainda ser alargada, peço desculpa, pois é um artigo pouco conseguido para quem tem falta de vista, mas não consegui melhor. ) Posted by Picasa Ainda mais fora de tempo:
Vós que vistes Abril e não guardastes nos olhos
A esperança que nas ruas em Abril nasceu
Vós que cantastes Abril e não guardastes na voz
A liberdade que em Abril nas ruas correu
Vós que clamastes fraternidade e que Abril seria sempre
Porque não o gritastes mais alto? Porque não o guardastes dentro?
Hoje
Que Abril é já passado
E a razão do dia é esquecida.
Hoje
Que de Abril na memória
Ficaram os cravos não a magia
Hoje
Que Abril é só palavra
Recordação, elegia
Hoje
Vós espectadores da história
Guardiães de memórias
E de esperanças cedo perdidas
Tendes a pátria que construístes
Não a que sonhastes
Tendes os pobres que paristes
Num país sempre adiado
Em que liberdade é palavra
Que se grita num só dia
E igualdade bem repartido entre iguais
Não entre quem dela carece e carecia.
in erotismo na cidade

3 comentários:

Eva Lima disse...

O varrer queria dizer varrer o velho, o passado, o lixo.

aos meus olhos disse...

Eva, mas mais nada se fez depois disso!!! E essas mesmas pessoas que acordaram com essa febre toda, ainda hoje vivem às custas de alguém (pais, filhos, subsídios) e nada fizeram para melhorar as suas própias vidas, contando só com os outros não adiantou de nada "varrer o velho". Eu chamo a isso: Mta garganta e poucos actos.

Anónimo disse...

Mas ficou a LIBERDADE,
só quem viveu na ditadura compreende o bom sabor da LIBERDADE.
Parabéns pelo seu blog
beijinhos de uma portuguesa que ainda tem esperança em dias melhores , mas com LIBERDADE
Margarida bogalho